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Tô grávida, e agora? – Adeus primeiro trimestre

Oi, gente! Antes de começar a ler meu novo relato, lembre-se de que esta é uma série e, pra você entender melhor, procure o primeiro texto aqui no Blog: “Tô grávida, e agora? O resultado positivo”. Pra quem já leu o primeiro e decidiu acompanhar os relatos desta grávida que vos fala, muito obrigada. Como eu disse no primeiro texto, quero dividir minhas experiências ao longo de toda a gestação e, à medida que eu for tirando minhas dúvidas, vencendo meus medos e descobrindo coisas, quero ajudar outras gravidinhas também… e seus parceiros, suas mães, pais, amigos. Todo mundo é bem-vindo neste espaço.

Pois bem, eu acabo de completar 12 semanas de gestação. Quem está ou esteve grávida sabe que esse cálculo é feito a partir da data da última menstruação. Os profissionais de saúde não costumam contar meses, e sim semanas. A gestação dura, em média, 38 a 42 semanas. Portanto, estou prestes a vencer o primeiro trimestre, que vai até a 13ª semana. Segundo a Caderneta da Gestante e quase todas as mulheres com quem conversei, este é o período mais tenso. Então, estou feliz demais por tê-lo vencido.

Nos primeiros meses, eu sofri pra caramba com enjoos e uma fome quase incontrolável. Passei a amar de coração o medicamento que me ajudou a controlar estes enjoos e também mantinha sempre por perto um limão amigo (risos). Tinha limão na gaveta do trabalho! É que só ele me ajudava quando a coisa estava feia.

Dica contra enjoos

Mas, tanto os enjoos quanto a fome de leão foram diminuindo com o passar do tempo. A cada dia, eu ficava mais forte e conseguia ter uma dieta mais tranquila. Eu fui recomendada pela nutricionista do Posto de Saúde a comer de duas em duas horas coisas leves, como frutas e sucos, especialmente no intervalo das refeições principais. A estratégia é para que eu não ficasse de estômago vazio e não sentisse enjoos. Deu certo!

Fiz minha segunda consulta na Unidade Básica de Saúde, a primeira com a obstetra (a anterior foi com uma enfermeira, assim como preconiza o SUS. Também pode ser um médico de família). A médica foi muito simpática, o que, meu Deus, faz muita diferença. Deixa a gente segura, sabe? O tal do atendimento humanizado. Ela fez perguntas sobre como eu me sentia, respondeu minhas dúvidas e me passou mais dicas sobre alimentação. Eu engordei mais de um quilo entre um mês e outro e, apesar de não ser um alarde, eu passei da conta um pouquinho. Preciso me cuidar mais.

Depois que analisou meus primeiros exames (urina, sangue, toxoplasmose e etc), ela me alertou sobre uma infecção de urina. Grávidas estão propensas a terem este problema. Mas, também não significa alarde. A doutora Silvia me receitou um antibiótico e pediu que eu repetisse o exame depois do tratamento de 10 dias.

Além da infecção urinária, outro alerta: meu corpo não tem imunidade contra a toxoplasmose (isso varia de pessoa pra pessoa). Por isso, eu preciso redobrar os cuidados ao consumir carnes, que precisam ser bem passadas, e lavar muito bem frutas e legumes. Como não tenho e nem convivo com gatos a preocupação diminui. As fezes dos bichanos contribuem para a contaminação. Quem tem gato em casa precisa tomar cuidado e se informar bastante!

Observação da área técnica sobre toxoplasmose
Basta apenas que o gato seja vacinado. Não há necessidade de outras preocupações com gatos domésticos bem cuidados. É necessário cuidado apenas com fezes de gatos de rua. E o mais importante é a higiene dos alimentos, para descontaminar qualquer tipo de micro-organismo.

Alegrias

Ainda na consulta, eu tive duas alegrias. A primeira foi o elogio da médica por conta da minha escolha em não querer saber o sexo do bebê. Isso é muito pessoal. É claro que a maioria quer saber e preparar todo o enxoval, escolher o nome. Mas, eu quis diferente. Espero pela surpresa na hora do parto. Acontece que a família toda e os amigos estão, assim, digamos, muito bravos comigo (risos). Eu tento fazê-los entender que saber ou não, agora, para mim, não fará a menor diferença. E acho que cada gestante tem que fazer assim como quiser.

O outro elogio foi ao Lauro, meu noivo e futuro papai (mega babão). Ele fica ali do lado, quieto, faz uma ou duas perguntas timidamente, mas está ali. E, poxa, como eu queria que os parceiros soubessem o que nós, grávidas, sentimos com a simples presença desta figura, o parceiro. Eu não sei descrever isso agora. Talvez mais tarde eu consiga me expressar melhor. Mas, o recado é este: papais, estejam com suas gestantes independente da relação que tiverem. São seus filhos ali. A obstetra nos contou que, infelizmente, alguns até vão ao posto, até a porta do consultório, mas não entram, não participam. Dai o acompanhamento fica incompleto. Que pena.

Consulta esclarecedora, tratamento contra infecção de urina a ser feito, ácido fólico em dias, alimentação mais controlada, intestino menos preguiçosos e idas ao banheiro mais fáceis (ufa!), a gestação segue tranquila. E por falar em tranquilidade, fiz (pouco antes de escrever este texto) o primeiro ultrassom morfológico. Este exame deve ser feito entre a 11ª e a 13ª semanas – O Ministério da Saúde recomenda que seja feito um ultrassom durante a gestação, caso a gestante seja de baixo risco. Preferencialmente, deve ser feita no 1º trimestre.

Observação da área técnica
O ultrassom morfológico verifica o crescimento do feto, a quantidade de líquido amniótico, a placenta, mede a cabeça, analisa os membros e a formação dos órgãos do bebê.

Está lá num espacinho que parece apertado, mas é o suficiente. Está lá um pequeno ou pequena de 5 centímetros que já é a coisa mais importante da minha vida. Estava dormindo, a criaturinha. Aí o médico deu uma sacodidinha na barriga pra ver se ele virava e facilitava a medição da nuca e a conferência de outras partes do corpo. Não só se mexeu como bateu palmas. Ficou lá aplaudindo, como quem se amostrasse aos papais e à vovó. Essa experiência, pessoal, pode ser descrita, mas só quem passou por isso sabe o tamanho desse amor.
Até a próxima (com mais palminhas, espero)!

 

Fonte: Erika Braz/Blog da Saúde. Disponível em:<http://www.blog.saude.gov.br/index.php/materias-especiais/53259-to-gravida-e-agora-adeus-primeiro-trimestre> em 15.03.18.