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Tô grávida e agora: entre uma novidade e outra, já se passaram 16 semanas

Neste momento apoio o notebook na barriga já grandinha. Não, não está machucando o pequeno bebê de apenas alguns centímetros. Ele segue se desenvolvendo assim como o esperado. “A gravidez está saudável”, me disse a médica do pré-natal, na minha terceira consulta, feita numa Unidade Básica de Saúde aqui de Brasília. E esta frase tem um peso muito importante. Um alívio e tanto. Eu acabo de entrar no segundo trimestre da gestação e, como contei no texto anterior, alguns sintomas mais comuns do início já passaram. Ainda há novidades diárias, eu diria. À medida que a barriga vai crescendo, que as pessoas começam a saber da gravidez, vai caindo a ficha: serei mãe.

Há dias, ouvi da minha manicure, mãe de uma menina de 5 anos, o que já tinha ouvido de outras mulheres – por mais que a gestação te prepare para essa missão (ser mãe), a gente só se percebe assim quando tem o bebê nos braços a primeira vez. E como tenho sonhado com este momento! Sonhado apenas. Não estou ansiosa. Mantenho-me calma para não perder nada, viver cada novidades.

Novidades que passam longe de serem apenas positivas. Uma de minhas melhores amigas, também mãe recentemente, me pediu: ‘por favor, use este espaço para contar que nem tudo são rosas’. O que ela quis dizer com isso? Acho que toda mulher que já esteve grávida vai entender. Existe uma magia que envolve a gestação. Algo quase sobrenatural. Claro! É um ser gerando outro ser. É mágico mesmo, mas há tanta coisa por trás disso. Comigo, por exemplo, tive os cabelos modificados. Os fios sempre lisos, herança genética do meu pai, estão bem mais crespos e sem brilho, por mais que eu cuide como antes. As roupas já começam a apertar e isso não tem a ver com vaidade. Não tenho mais tanto controle sobre as minhas emoções, porque os hormônios estão à flor da pele. E os seios estão cada dia mais sensíveis. Estas mudanças são as que acontecem comigo, mas cada gestante tem seu próprio relato. Mas reforço: isso não quebra a magia e as alegrias trazidas pela gravidez. E não representam um problema de saúde. São reações naturais do corpo. Para minimizar os sintomas, tenho focado nas coisas boas, como a pele de pêssego que nunca tive (risos). Essa sim mudou para melhor!

 

O que dizem os exames

Enquanto encaro mudanças positivas e negativas, o pré-natal garante a minha saúde e a do bebê. Na última consulta contei para a médica que as últimas semanas não tinham sido fáceis. Eu por algumas vezes sofri com fortes dores de cabeça e cheguei a vomitar de tanta dor. Fiquei preocupada porque nunca fui de ter dores de cabeça. Contei minuciosamente os sintomas para minha médica, porque sei que isso ajuda na avaliação dela. Contudo, ela não precisou de muito tempo para me alertar: é preciso modificar minha alimentação porque ela não está adequada. Tenho consumido muito carboidrato e gordura. Durante a gestação a digestão já é mais lenta naturalmente. Ou seja, uma dieta inadequada pode piorar e é o que tem acontecido comigo. As dores de cabeça são um aviso de que a digestão não vai bem. Ela pediu que eu passe a observar o consumo destes grupos alimentares e tente aumentar a quantidade de fibras na alimentação.

Depois que ouvi minha médica, tudo fez sentido. Lembrei-me que nos dias em que mais senti as dores de cabeça foram justamente aqueles em que havia exagerado, de alguma forma, na alimentação. Tenho a orientação para o que precisa ser feito. Agora é cuidar. Assim, como o recomendado pela médica e pela Caderneta da Gestante. Na balança ganhei pouco mais de um quilo. Ainda está dentro da média ( de 1 kg por mês), mas não se pode descuidar. Por mim e pelo bebê.

Uma dúvida que levei para a consulta foi sobre atividade física. Antes da gravidez, eu estava ativa e praticando musculação com frequência. Mas, nestes três meses parei com tudo. E confesso, não foi recomendação médica e sim preocupação de tanto ouvir outras mães. Segundo a médica, minha gravidez é saudável desde o início e eu não precisava ter parado com os exercícios, apenas adequado à nova realidade. Ela disse que posso e devo voltar assim que possível com atividades mais leves, claro, respeitando sempre meu ritmo. O Ministério da Saúde recomenda supervisão de educador físico sempre que possível. Inclusive, como almejo um parto natural, meu corpo pode ser preparado ainda mais para isso com exercícios específicos, como pilates ou hidroginástica, por exemplo. A ideia é não parar!

No mais, é fazer carinho na barriga, conversar com o pequeno que já me ouve (O bebê começa a ouvir os sons internos, produzidos pelo corpo da mãe, como o bater do coração, com 14-17 semanas), pensar no enxoval e manter em dia os exames solicitados. Ah, os exames desta semana mostrando que me vejo livre da infecção de urina apontada nos exames do mês passado. Ufa! Sem os antibióticos. Tudo segue bem e espero que seja assim neste segundo trimestre.

Para finalizar, só mais uma sugestão para as grávidas assim como eu. No projeto especial do mês da Mulher, o Ministério da Saúde promoveu entrevistas com especialistas, transmitidas por meio de lives na página do Facebook. Comandei estas entrevistas e aponto aqui a minha preferida, com o tema “Violência Obstétrica e Parto Humanizado”. Acredito que todos, inclusive os homens, precisam absorver a riqueza de informações deste bate papo. Assista o vídeo.

 

Fonte: Erika Braz/ Blog da Saúde. Disponível em:<http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53301-to-gravida-e-agora-entre-uma-novidade-e-outra-ja-se-passaram-16-semanas> em 09.04.18.