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Tô grávida, e agora? o resultado positivo

A descoberta da primeira gestação pode ser tão mágica quanto assustadora. O corpo da mulher começa a trabalhar na gestação de outro corpo e isso transforma a vida dela e de outras pessoas.

A proposta do Blog da Saúde é esclarecer, informar e tirar dúvidas sobre tudo o que envolve a saúde das pessoas. Sou Erika Braz e faço parte da equipe de repórteres responsáveis pelos textos publicados aqui. E, a partir de uma experiência pessoal, a minha primeira gestação, tive a ideia de transformar cada momento em texto, para compartilhar com os leitores do Blog da Saúde, e quem sabe ajudar outras mulheres que se encontram nesta importante etapa da vida: a geração de uma vida. A série Tô grávida, e agora? será como um diário das minhas vivências nestes meses que antecedem ao parto. E, como se dará meu pré-natal, feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Tenho 29 anos e há uns quatro eu já sonhava com a maternidade. Numa conversa franca com meu noivo, que também tinha este desejo, nós resolvemos fazer a tentativa. Há pouco menos de um ano, eu havia feito uma reeducação alimentar e estava fiel à prática regular de atividades físicas. Como resposta, eu estava muito bem de saúde e a fertilidade respondeu à altura. Engravidei nas primeiras tentativas.

Por escrever e ler bastante sobre o assunto, por conta da profissão, eu até tinha alguma noção sobre os primeiros sintomas da gravidez. Entretanto, sabia que eles variam muito de mulher para mulher. Mais adiante eu comprovei isso, ao conversar com outras mulheres já mães. Os meus sintomas foram basicamente muita fome (nada me saciava). Eu comia além do normal e tinha desejos. E foi justamente depois de comer um pote enorme de açaí, meu alimento preferido, e enjoar bastante, é que eu decidi fazer o exame Beta HCG, que mede a quantidade do hormônio gonadotrofina coriônica humana, o teste de gravidez mais exato.

Exame positivo, pensamentos e emoções a mil. Não era exatamente uma surpresa, porque eu sabia que podia acontecer, mas, mesmo tendo sido planejado, o medo também tomou conta. Medo do que viria, especialmente de como tudo vai acontecer.

O pré-natal

Depois de contar ao noivo, aos pais, sogros, amigos e família, eu procurei logo o atendimento de saúde. Aqui em Brasília, fui à Unidade de Saúde mais próxima de casa com o exame de sangue em mãos. Saí com a consulta agendada para a semana seguinte. No dia, passei por uma consulta inicial feita por uma enfermeira, que já me entregou a Caderneta da Gestante, publicação familiar para mim, porque já havia feito muitas reportagens com base nela. No meu caso, parece que a ficha só caiu ali: eu estava mesmo grávida!

Pelo SUS, as consultas são intercaladas entre médico e enfermeiro. A primeira foi com uma enfermeira. Muito atenciosa, ela fez testes rápidos, como os de HIV e Sífilis, me pesou, mediu a pressão, fez algumas perguntas, esclareceu dúvidas, e me orientou sobre hábitos para minimizar o enjoo [além do ácido fólico, comum para qualquer gestante] e solicitou alguns exames. Meu noivo recebeu um elogio por estar me acompanhando e foi convidado para todas as consultas e exames. A enfermeira enalteceu a importância de um parceiro durante toda a gestação. Inclusive, o SUS também oferece o pré-natal do parceiro, com exames e consultas para cuidar da saúde do futuro pai. Ao término, fomos convidados a voltar dias depois para uma palestra com a nutricionista e a assistente social da UBS.

Antes da palestra, um susto. No dia seguinte à estreia do pré-natal, eu senti uma cólica muito forte. Esse já era um sintoma que me preocupava, mas a cólica vinha e passava em pouco tempo. Naquele dia não foi assim. Ela só piorava e cheguei a ter fortes pontadas na barriga. Assustada, fui levada ao hospital. Nestes casos, a gente tem que procurar a emergência e não a UBS. Meu medo era de estar em processo de aborto e a médica que me examinou também pensou que fosse isso. Esse diagnóstico foi logo descartado porque eu não apresentada sangramento. Por cautela, fiquei em observação por algumas horas até que os exames comprovassem que estava tudo bem. Medicada, fui para casa descansar e me recuperar.

Mais do que consultas

A palestra, que faz parte do pré-natal do SUS, foi bem esclarecedora. A nutricionista trouxe uma lista de alimentos recomendados e outros que devem ser evitados. Falou sobre sobrepeso, diabetes gestacional e os cuidados com a alimentação pelo bem da futura mãe e do bebê. Já a assistente social enumerou os direitos das gestantes, como os trabalhistas, por exemplo. E mesmo conhecendo parte daquelas informações, sai dali bem elucidada sobre tudo.

Enquanto espero pela próxima consulta, fiz a primeira ultrassom e ouvi, pela primeira vez, um coração bater dentro de mim. As lágrimas descrevem a emoção!  Serei mãe, vem um mundo novo por ai. Estou tentando me alimentar da melhor forma possível, tive cólicas que me assustaram, mas passaram com o medicamento indicado pela enfermeira. Os enjoos, por muitas vezes, são bem fortes e a noite não é mais tão tranquila, tenho acordado algumas vezes. Os banheiros são visitados com mais frequência, por conta da bexiga (quase sempre cheia), o humor oscila e minha pele e cabelos estão mudando. Tudo isso tem sido enfrentado com pensamento positivo. E novamente: cada gravida têm sintomas diferentes. Estes são os meus. Fora isso, ainda há muitas experiências a serem vividas e estou ansiosa por elas. Que aconteça cada uma em seu tempo.

Fonte: Erika Braz/ Blog da Saúde. Disponível em:<http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53232-to-gravida-e-agora-o-resultado-positivo> em 01.03.18.