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Sarampo é a bola da vez. Se proteja com a vacina

Uma pessoa infectada pode contaminar dezenas! O Ministério da Saúde está promovendo uma nova etapa de vacinação contra o sarampo, que vai se estender até 13 de março e tem como objetivo vacinar pelo menos três milhões de crianças e jovens, na faixa etária de 05 a 19 anos de idade. Mais duas etapas estão previstas para este ano: uma no período de junho a agosto, para mais uma vez atingir o público de 20 a 29 anos, e outra, em agosto, destinada a população de 30 a 59 anos de idade. Neste ano, até 8 de fevereiro, há registro de 338 casos confirmados da doença em oito estados. Mas, em 2019, tivemos 18.203 casos de sarampo, com 16 mortes, no país, 14 delas no estado de São Paulo, 1 (uma) em Pernambuco e 1 (uma) no estado do Pará, com data de óbito em 18/11/2019, notificada ao Ministério da Saúde em 12/02/2020. O sarampo é uma doença infecciosa grave, transmitida pelas vias respiratórias: tosse, fala, espirro e respiração e é altamente contagiosa. Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para até outras 18 pessoas. Ela é nove vezes mais contagiosa do que o novo coronavírus, no qual, segundo estudos existentes, uma pessoa transmite, em média, para duas outras. A etapa atual é a terceira promovida pelo Ministério da Saúde no âmbito de estratégia nacional para eliminar a circulação do vírus e interromper a transmissão do sarampo, além de garantir altas coberturas vacinais. As duas primeiras ocorreram em 2019, uma em outubro, focada em crianças de seis meses a menores de 5 anos de idade e a segunda em novembro, para vacinação da população de 20 a 29 anos. É preciso proteger a população como um todo para que não cause mais vítimas fatais. Esta doença pode trazer graves consequências para a saúde das pessoas infectadas, principalmente para o grupo de risco sujeito a maiores complicações como crianças menores de 5 anos de idade, adultos com mais de 20 anos de idade, mulheres grávidas, pessoas com sistema imunológico comprometido como por exemplo leucemia ou infecção pelo HIV. As principais complicações nas crianças são pneumonia e encefalite aguda. A morte em crianças relacionadas a complicação do sarampo estão em torno de 1 a 3 crianças por 1000 crianças infectadas. Na gestante, pode levar a parto prematuro e baixo peso ao nascer e a vacinação está contraindicada para esse público. Portanto, é recomendado que toda mulher em idade reprodutiva atualização seu cartão vacinal. Deixar que pessoas morram, quando a vacina existe e está à disposição de todos, é um absurdo. O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi enfático nesse sentido: “Não é possível termos um óbito sequer de uma criança ou em qualquer outra faixa etária, por falta de vacinação. Por isso, convocamos todos os pais e responsáveis para garantir a vacinação. Essa é uma responsabilidade de todos”. O retorno da doença surpreendeu o país porque, em 2016, o Brasil havia recebido da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Nos anos de 2016 e 2017 não teve-se casos confirmados da doença. No entanto, dois anos depois, a doença já estava de volta com um grande número de casos no país. Por isso temos de ficar vigilantes e manter, no Brasil, a vacinação em dia, segundo o Calendário Nacional de Vacinação. Nos últimos anos, houve desmobilização da sociedade, onde o sucesso das ações de vacinação, causou na população a falsa sensação de que não há mais necessidade de se vacinar e; este pode ter sido um dos motivos de quedas das coberturas vacinais. Essa baixa cobertura vacinal permitiu que a doença fosse reintroduzida no Brasil já em 2018, permitindo que a população brasileira fosse acometida. A infeção provocou a ocorrência de surtos de sarampo em 11 estados com um total de 10.326 casos confirmados, principalmente no Amazonas (9.803), Roraima (361) e Pará (79). Os surtos verificados nos outros oito estados foram menores e se encerraram ainda em 2018. Para conter a doença, buscamos vacinar as populações dessas áreas, bloqueando os surtos. Mas em 2019 vieram novos surtos, em outras regiões, trazidos pelos tripulantes de um navio cargueiro europeu e por um soldado que retornou ao Brasil, após servir ao exército de Israel. Esses novos surtos ocorreram principalmente no estado de São Paulo e foram responsáveis por 18.203 casos registrados no ano passado em todo o país. Consciente dos riscos que as baixas coberturas de vacinação expunha a população brasilera, o Governo Federal estabeleceu, pela primeira vez, em 2019, a cobertura vacinal como meta prioritária para a gestão do Ministério da Saúde no país. Buscando colocar de imediato a vacinação como alta prioridade do governo, lançamos, já em abril do ano passado, o Movimento Vacina Brasil, com ações coordenadas para reverter o grave quadro de queda nas coberturas de vacinação registrada nos últimos anos A vacinação contra o sarampo no País é definida pelo Programa Nacional de Imunizações que preconiza que todas as pessoas de 1 a 29 anos de idade para estarem protegidas precisam ter duas doses da vacina contendo o componente sarampo. Para as crianças, o esquema inicial ocorre aos 12 meses e a segunda dose aos 15 meses. A partir dos 30 anos de idade a 59 anos, uma dose da vacina com o componente sarampo é suficiente para considerar as pessoa vacinadas. Grávidas não devem se vacinar em nenhum momento da gestação, mas devido à gravidade do sarampo para bebês, instituímos a dose zero, para proteger a todas as crianças, na faixa etária de seis a onze meses de idade. Essas crianças não estão dispensadas das doses preconizadas aos 12 e 15 meses de idade. O Brasil possui um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de vacinação do mundo. Importante, nesse momento de baixa cobertura, somar esforços com a sociedade civil na busca do aumento das coberturas vacinais. A vacina além de ser a intervenção de saúde pública mais custo-efetiva, ela é a forma mais segura para prevenir doenças como sarampo, hepatite, poliomielite, rubéola, coqueluche, tétano e alguns tipos de cânceres. A vacinação é, sem dúvida, a nossa melhor proteção. Fonte: Júlio Croda, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e Francieli Fontana, coordenadora Geral do Programa Nacional de Imunizações do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde / Blog da Saúde. Disponível em:http://www.blog.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=54088&catid=564&Itemid=50022. Acesso em 02 mar.2020.